Em 1927, o barão do café Leôncio de Magalhães (Nhonhô Magalhães) encomendou o projeto e a construção de seu palacete em Higienópolis, bairro que na época se destacava por seus casarões. Seu desejo era de que tivesse uma área externa com jardim exuberante semelhante à dos palacetes franceses de meados do século anterior (19), e ambientes para grandes festas, saraus e entretenimento cultural para a sua família e seus convidados. Ele, porém, morreu antes de ver a obra finalizada, dez anos depois.


Sua mulher e seus filhos se mudaram para a residência em 1937 e lá moraram até 1948, quando a viúva vendeu a mansão para o governo de São Paulo. O espaço – que tem cinco pavimentos distribuídos em 2.300 metros quadrados e elementos arquitetônicos de diferentes movimentos – teve usos variados nos anos seguintes.

A restauração do edifício teve início em 2009, bancada pelo shopping Pátio Higienópolis – seu vizinho e atual proprietário – e coordenada por Toninho Sarasá, que também foi responsável pela recuperação de endereços como a Sala São Paulo, a Pinacoteca e o Teatro São Pedro. 


Foi preciso tempo para fazer estudos técnicos e recuperar o conteúdo original da construção. Como o casarão é tombado, a fachada e as estruturas foram mantidas. Mas o espaço ganhou alguns acréscimos, como um bar instalado em um dos cômodos.  Sofás, cadeiras, mesas de centro, abajures e cortinas foram adicionados em uma decoração luxuosa, num projeto assinado por Luciana Teperman. Isabel Duprat assina o novo paisagismo do imóvel. 


Quase um século depois, o palacete terá enfim as festas e encontros imaginados por Nhonhô.